De como a tentação de pecar sempre ajuda no nosso progresso espiritual:

"Você deveria saber que o impulso para o pecado sempre traz grande benefício para uma pessoa íntegra. Imagine você dois indivíduos, sendo um deles o tipo de pessoa que experimenta pouca ou nenhuma tentação, enquanto o outro é muito perturbado por isso. Neste último, a simples presença de certas realidades atinge o seu eu exterior, de modo que ele é levado à cólera, à vaidade ou à sensualidade, de acordo com o estímulo que recebe. Mas com seu discernimento mais alto, ele permanece firme e imóvel, decidido a não ceder à sua fraqueza, seja ela qual for. Talvez se trate de uma fraqueza enraizada no seu próprio temperamento, assim como algumas pessoas são irascíveis, ou vaidosas, ou qualquer outra coisa, mas não desejam cometer esses pecados. Estas são pessoas muito mais dignas de louvor, e merecendo maior recompensa, do que o primeiro tipo, pois a perfeição da virtude nasce na luta, e são Paulo diz que "a virtude se aperfeiçoa na fraqueza"(IICoríntios 12,19). Ser tentado não é defeito, mas sim consentir no pecado. De fato, se alguém que está na plena posse de suas faculdades tivesse o poder de fazer com que a tentação não existisse, essa pessoa deixaria de exercitar aquele poder, pois sem a tentação nós não seríamos testados em todas as coisas e em tudo o que nós fazemos, inconscientes do perigo de certas coisas, e sem a honra da batalha e da vitória. A tentação nos faz trabalhar mais duramente na prática da virtude, e é como um açoite que nos ensina a vigilância e a prudência; pois quanto mais fraca é uma pessoa, tanto mais ela deveria armar-se com a força que conduz à vitória; pois a virtude, como o vício, é uma questão de vontade".

http://coracaomistico.blogspot.com.br/2007/12/mestre-eckhart-1260-1328.html

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