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Mostrando postagens de dezembro, 2016

As vezes o mal está em nós

Enquanto em oração, comporte-se como se na houvesse mais ninguém no mundo, só você e Deus. Ao orar, não devemos estar preocupados com nós mesmos, porque neste caso estaremos tão absorvidos com nossas próprias necessidades, que nós mesmos seremos prejudiciais à nossa oração. Nós interferimos com a nossa própria oração. Nós somos o nosso próprio obstáculo. Muitas vezes pensamos que o mal está em algum lugar lá fora, mas se não fosse pelo mal que já existe em nós, o mal "lá fora" não seria capaz de nos tocar. O mal está em nós. No entanto, este próprio mal não é o culpado. Nós somos os culpados por deixá-lo em nossos corações e perturbar assim a nossa paz. Digamos que alguém está nos ameaçando, ou tentando nos convencer a fazer algo ruim. Deixe-o fazê-lo; esta pessoa tem uma vontade própria. Deixe-o fazer seu trabalho, e nós faremos o nosso, que é preservar a nossa paz interior. -- Elder Thaddeus de Vitovnica

Cinco razões pelas quais não se devem pedir sinais sobrenaturais na oração

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Santa Teresa D'Avila, Doutora da Igreja, Mestra de Oração A primeira, porque é falta de humildade querer que se vos dê o que nunca haveis merecido, e assim creio que não terá muita quem o desejar; porque, assim como um pequeno lavrador está longe de desejar ser rei, parecendo-lhe impossível, porque não o merece, assim também o está o humilde de coisas semelhantes; e creio eu que estas coisas nunca se darão, porque, primeiro que faça estas mercês, dá o Senhor um grande conhecimento próprio. Pois, como entenderá, com verdade, que se lhe faz uma muito grande mercê em não estar já no inferno, quem tem tais pensamentos? A segunda, porque é muito certo ser enganado, ou estar muito em perigo de o ser; porque o demônio não precisa mais do que ver uma pequena porta aberta para fazer mil trapalhices. A terceira; que é a mesma imaginação, quando há um grande desejo, faz entender à própria pessoa que ela vê e ouve aquilo que deseja, tal como os que andam com vontade de uma co

Subida do Monte Carmelo - 1º Capítulo

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O áudio não ficou muito bom, mas dá pra entender o que nele se diz. Abaixo, uma breve retomada do essencial. "Em uma noite escura, De amor em vivas ânsias inflamada, Oh! Ditosa ventura! Saí sem ser notada, Já minha casa estando sossegada." Pontos afirmados pelo santo: 1- Não é possível alcançar a perfeição sem passar ordinariamente por duas noites ou vias purgativas referentes às duas partes do homem - uma inferior e  outra superior. a) A primeira, é da parte sensitiva - própria dos principiantes. b) A segunda, é das faculdades espirituais - própria dos já aproveitados. Dizer que saiu "quando sua casa se achava sossegada" significa que foi preciso ter pacificada a parte sensível, pois não é possível sair das penas e angústias dos apetites sem estes estarem mortificados e adormecidos. Não era possível entrar nessa noite somente com os próprios esforços, pois é muito difícil alguém acertar desprender-se perfeitamente sozinho.

O objetivo da luta espiritual

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Ter um coração unificado, um coração puro, sensível e capaz de discernimento, um coração que conserva e engendra pensamentos de amor, eis o objetivo da luta espiritual. Que arte apaixonante! Preparar-se, na vigilância, para a luta, para esta luta que Rimbaud definia como "mais dura que a guerra entre os homens". Fonte:  Adversus Haereses

Symphonia Virginium

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“Ó amante cheio de doçura, de dóceis abraços, ajuda-nos a conservar nossa virgindade. Fomos formadas do pó, ai!, ai!, e no crime de Adão. Bem duro é contradizer o gosto que o fruto tem. Dá-nos coragem, ó Cristo, Salvador. Nós desejamos ardentemente seguir-te. Ó como é gravoso, para nós miseráveis, a ti imaculado e inocente Rei dos Anjos imitar. Confiamos em ti, todavia, pois é teu desejo a pedra preciosa permanecer sem putrefação. Invocamos-te agora, Esposo e consolador, que nos redimiste na cruz. Por teu sangue comprometidas somos para ti esposas repudiando homem para te preferir a ti Filho de Deus. Ó belíssima forma, ó suavíssimo perfume de desejáveis delícias, sempre por ti suspiramos no exílio das lágrimas, na esperança de contemplar-te e contigo permanecer. Nós estamos no mundo e tu em nossa mente, abraçamos-te no profundo coração quase como se foras presente. Tu, fortíssimo leão, rompeste o céu para descer ao útero duma Virgem e destruíste a morte para elevar a vida à cidad

São João da Cruz: como mortificar as 4 paixões naturais

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"Não ao mais, mas ao menos" O místico e doutor da Igreja  São João da Cruz  nos legou um tesouro precioso de sabedoria para a alma. Conheça  neste outro artigo 21 frases iluminadoras escritas por ele . São João da Cruz também nos recomenda  sublimar as nossas paixões naturais , levando em consideração estes conselhos que reproduzimos abaixo. __________ Para mortificar as 4 paixões naturais, que são o  prazer , a  tristeza , o  temor  e a  esperança , é de proveito o seguinte: · Inclina-te sempre não ao mais fácil, mas ao mais difícil; · Não ao mais delicioso, mas ao mais insípido; · Não ao mais gostoso, mas ao que não dá gosto; · Não ao que é descanso, mas ao mais trabalhoso; · Não à consolação, mas ao que não consola; · Não ao mais, mas ao menos; · Não ao mais alto e precioso, mas ao mais baixo e desprezado; · Não ao querer algo, mas ao nada querer; · Não ao procurar das coisas o melhor, mas o pior; e, por Jesus Cristo, ter para com tod

Santa Dymphna

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A história de Santa Dymphna é realmente triste e também muito semelhante a várias lendas populares do catolicismo. Dymphna era uma virgem, filha de um rei pagão da Irlanda. Ela secretamente havia sido batizada no cristianismo. Depois que sua mãe morreu, seu pai ficou louco de tristeza, e declarou que só se casaria com outra mulher tão bonita quanto sua esposa. Ele percebeu, então, que Dymphna, sua própria filha, compartilhava a beleza de sua falecida rainha. O rei ficou obcecado em casar-se com a menina, mas ela, horrorizada, fugiu dele, acompanhada por um sacerdote de confiança. Os dois procuraram por refúgio em diversos lugares, mas foram encontrados por homens do monarca ensandecido. O sacerdote foi prontamente morto, e o rei mais uma vez pediu a filha em casamento. Dymphna recusou o ignóbil pedido e foi decapitada. Conta a lenda que um alienado que estava na praça assistindo a decapitação, recobrou subitamente a razão. Dymphna é descrita como uma bela e virginal menina. Na

São João da Cruz

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João nasceu na Espanha em 1542. Ainda na infância, ficou órfão de pai. Sua mãe mudou-se então para Medina, onde João trabalhava num hospital de dia e estudava gramática a noite.  Ainda jovem sentiu-se atraído pela vida religiosa e tornou-se carmelita, indo estudar em Salamanca. Mesmo dedicando-se totalmente aos estudos, encontrava tempo para visitar doentes em hospitais ou em suas casas, prestando serviço como enfermeiro.  Ordenou-se sacerdote aos vinte e cinco anos. Foi então que a futura Santa Tereza de Ávila cruzou seu caminho. Com autorização para promover, na Espanha, a fundação de conventos reformados, ela atraiu João da Cruz para esse trabalho. Com isso ele passou a trabalhar na reforma do Carmelo, recuperando os princípios e a disciplina.  Os escritos sobre sua vida dão conta de que abraçou a cruz dos sofrimentos e contrariedades. Conta-se que ele pedia insistentemente três coisas a Deus. Primeiro, dar-lhe forças para trabalhar e sofrer muito. Segundo, não deixá-

DA CONFISSÃO DA PRÓPRIA FRAQUEZA, E DAS MISÉRIAS DESTA VIDA

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Da confissão da própria fraqueza, e das misérias desta vida   1. A alma: Confesso contra mim mesmo minha maldade (Sl 31,5), confesso, Senhor, minha fraqueza.  Muitas vezes a menor coisa basta para me abater e entristecer.  Proponho agir valorosamente, mas assim que me sobrevém uma pequena tentação, vejo-me em grandes apuros.  Às vezes é de uma coisa mesquinha que me vem grave aflição.  E quando me julgo algum tanto seguro, vejo-me, não raro, vencido por um sopro, quando menos o penso.   2. Olhai, pois, Senhor, para esta minha baixeza e fragilidade, que conheceis perfeitamente.  Compadecei-vos de mim e tirai-me da lama, para que não fique atolado (Sl 68,18) e arruinado para sempre.  É isto que a miúdo me atormenta e confunde em vossa presença: o ser eu tão inclinado a cair, e tão fraco a resistir às paixões.  E embora não me levem ao pleno consentimento, muito me molestam e afligem seus assaltos, e muito me enfastia o viver sempre nesta peleja.  Nisto conheço