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Mostrando postagens de julho, 2015

Como combater as distrações na oração?

Vimos anteriormente as distrações que atrapalham a nossa prática da oração e o desenvolvimento espiritual. Conhecendo agora as origens destas, poderemos passar a apontar conselhos adequados e eficazes. É importante, antes de mais nada, apresentarmos os conselhos com a consciência de que não é possível, somente por nossas forças, suprimir todas as distrações. A eliminação total das distrações só ocorre por intervenção divina numa vida espiritual avançada, porém podemos fazer muito amparado pela graça do Espírito Santo. Iniciemos pelas causas que dependem de nossa vontade. Devemos destruí-las com todas as nossas energias e forças, conforme ensina o Pe. Royo Marin: "Quanto as causas dependem de nossa vontade, as combaterá com energia até destruí-las por completo. Não omitiremos jamais a preparação próxima, recordando sempre que o contrário seria tentar a Deus, como diz a Sagrada Escritura. E cuidemos, ademais, de uma séria preparação remota, que abarca principal

Porque me distraio na oração?

Uma das coisas mais comuns que acontece durante nossos momentos de oração são as distrações, que podem apenas atrapalhar a concentração ou podem chegar a tornar impossível unir-se a Cristo pela oração. É preciso, para combatê-las, entender sua origem e que também combatê-las contribui grandiosamente para nossa santificação.  As distrações podem ter duas origens: voluntárias ou involuntárias. As voluntárias acontecem totalmente por culpa e desleixo nosso, enquanto que as involuntárias nos advém mesmo contra nossa vontade. As voluntárias são basicamente duas: 1) Falta da devida preparação próxima; quanto ao tempo, lugar, postura, passagem excessivamente brusca a oração depois de uma ocupação absorvente... 2) Falta de preparação remota; pouco recolhimento, dissipação habitual, vida tíbia, curiosidade vã, ânsia de ler tudo... Pe. Antonio Royo Marin, Teologia de La Perfección Cristiana Basicamente a preparação próxima se relaciona diretamente com a prática da oraçã

Nos teus invernos há sementes que germinam

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Nos teus invernos há sementes que germinam, sabias?: Meditação sobre o Evangelho de Domingo Depois de João ter sido preso, Jesus partiu para a Galileia e começou a proclamar o Evangelho de Deus, dizendo: «Cumpriu-se o tempo e está próximo o reino de Deus. Arrependei-vos e acreditai no Evangelho». Caminhando junto ao mar da Galileia, viu Simão e seu irmão André, que lançavam as redes ao mar, porque eram pescadores. Disse-lhes Jesus: «Vinde comigo e farei de vós pescadores de homens». Eles deixaram logo as redes e seguiram Jesus. Um pouco mais adiante, viu Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João, que estavam no barco a consertar as redes; e chamou-os. Eles deixaram logo seu pai Zebedeu no barco com os assalariados e seguiram Jesus. (Marcos 1, 14-20, Evangelho do 3.º Domingo do Tempo Comum) Marcos conduz-nos ao momento primordial em que uma notícia extraordinária começa a correr pela Galileia, anunciando com a primeira palavra: o tempo cumpriu-se, o Reino de Deus está aqui

História da vida de São Bento

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A luta com Deus - Pe. Manuel Hurtado sj (1/5)

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Sobre a conquista de si mesmo

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"Não há esperança para alguém que luta por obter uma virtude abstrata – uma qualidade de que não possui nenhuma experiência. Nunca poderá, eficazmente, preferir a virtude ao vício oposto, seja qual for o grau com que, aparentemente, despreza esse vício.   Todos possuem um desejo espontâneo de fazer coisas boas e de evitar as más. No entanto, esse desejo é estéril enquanto não temos a experiências do que significa ser bom.   O prazer de um ato bom é algo a ser relembrado, não para alimentar nossa vaidade, mas para nos recordar que as ações virtuosas são não somente possíveis e valiosas, mas pode tornar-se mais fáceis, mais cheias de encanto e mais frutuosas do que os atos viciosos que a elas se opõem, frustrando-as.   Uma falsa humildade não nos deve roubar o prazer da conquista, que nos é devido, e mesmo necessário à nossa vida espiritual, sobretudo no início. É verdade que, mais tarde, podemos conservar ainda defeitos que não conseguimos dominar – de maneira

Precisamos de uma iniciação ao silêncio

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Ao que parece, durante anos, o compositor John Cage sondou a possibilidade de elaborar uma obra completamente silenciosa, mas impedia-o duas coisas: a dúvida se uma tarefa assim não estaria, desde logo, votada ao fracasso, porque tudo é som; e a convicção de que uma composição tal seria incompreensível no espaço mental da cultura do Ocidente. Contudo, encorajado pelas experiências que se realizavam já nas artes visuais, construiu a sua peça intitulada 4’33’’. A proposta de Cage era completamente insólita: os músicos deviam subir ao palco, saudar o público, sentar-se ao instrumento e permanecer, em silêncio, por quatro minutos e trinta e três segundos, até que, de novo, se levantassem, agradecessem à plateia e saíssem. Na assistência instalou-se a polémica e choveram as vaias. Mas ao longo de toda a sua vida, John Cage referiu-se a essa peça com sentida reverência: «A minha peça mais importante é essa silenciosa; não passa um só dia que não me sirva dela para a minha vida e pa

Oração da Unidade

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Antes de tudo, Jesus, o Doutor e Senhor da unidade, ,  Jesus, o Doutor e Senhor da unidade, não quis que a oração fosse individual e privada, de modo que ao rezar cada um pedisse por si. Com efeito não dizemos:" Pai meu que estás no céus", nem "o pão meu". Cada um não pede que as sua dívidas lhe sejam descontadas, e não é só por si próprio que pede para não cair em tentação e ser livrado do maligno. Para nós, a oração é pública e comunitária; e quando rezamos, não intercedemos por um só, mas por todo o povo; porque nós, todo o povo, somos um. O Deus da paz e o Senhor da concórdia, que ensinou a unidade, quis que um só rezasse por todos, tal como Ele próprio rezou com todos os homens. Os três jovens hebreus presos na fornalha ardente observaram esta lei da oração [cf. Dan 3,15]; e, depois da Ascensão do Senhor, os apóstolos e os discípulos rezavam deste modo: "perseveravam unidos na oração, com as mulheres, com Maria, Mãe de Jesus, e com seus irmão

O Silêncio

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O silêncio é a base, a porta, a preciosa morada da alma que quer uma vida de amor. O silêncio é o eixo precioso no qual se apóia a união com Deus. A mortificação constante, a renúncia, leva a alma ao silêncio; o silêncio leva a alma à oração, onde finalmente Deus e a alma se unem em perfeito relacionamento de perfeita caridade. O silêncio é amor vigilante. Não é um exercício para determinadas horas apenas, ou para alguns momentos e circunstâncias do dia ou da vida. É exercício de toda a vida, silêncio perpétuo exterior e interior, de tudo o que não é caridade para si e para os outros. Depois de santos momentos de união com Nosso Senhor, no exercício das virtudes ou, especialmente, na oração, perdemos tudo pela dissipação e, sobretudo, pela loquacidade, e até damos um passo para trás. E assim não se progride nunca, não se chega àquela bendita união divina que nosso Jesus quer de nós. Deixemos, pois, de falar por curiosidade, leviandade, ou outros egoísmos do amor

Os Eremitas urbanos

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(Tradução e complementos, Irmã Gema - Autor : Vittorio Messori) " Os eremitas de hoje vivem na cidade Seu número cresce a cada dia. Passam sua vida em oração, não temem a pobreza e rejeitam qualquer hierarquia. Sua força está em contrariar o espírito atual.  A Igreja decidiu reintegrar os eremitas no Direito Canônico (sejam urbanos ou rurais).  Esses eremitas não querem ser notícia, buscam o silêncio e a discrição. Sua porta ficará sempre fechada para quem se aproxime dele como jornalista ou simplesmente um curioso.  Tenho o privilégio de conhecer alguns pessoalmente, porém não teria acesso algum a seus esconderijos se violasse a promessa de não dar nomes nem endereços. De toda forma se alguém quer buscar seu rastro que não busque em lugares íngremes: é muito mais provável que os encontre nos quartinhos, ou quitinetes dos centros metropolitanos.  Esses eremitas estão retornando pela porta grande e seu número cresce a cada ano, ainda que poucos o sabem, como

Sobre o Eremitismo parcial e secular

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EREMITISMO PARCIAL E SECULAR A Igreja Católica Apostólica Romana considera como eremitas apenas aqueles que vivem em solidão, isolamento, assídua oração e penitência, consagrando a vida a Deus e a salvação do mundo (CIC 920). O modo de vida solitária deve ser constante, contínuo e estável. Ou seja, a solidão deve ser permanente, conforme a regra de vida de cada um, na observância dos conselhos evangélicos (castidade celibatária, pobreza e obediência). Existe, todavia uma nova corrente na espiritualidade eremítica, de pessoas leigas solteiras ou casadas, que encontram profunda afinidade com o eremitismo, e sentem grande necessidade de estarem a sós com Deus, e dedicar-se a essa solidão semanalmente ou em parte do dia.  Retiro, solidão e oração, mesmo na vida secular  Geralmente os solteiros e viúvos trabalham meio período num emprego secular, e no outro se retiram completamente para orar, ler, escrever, estando a sós com Deus, somente. Os casados, devido às obri